Voltando ao passado no Palácio Gyeongbokgung
Uma das atividades mais bacanas que fizemos na Coreia, mais precisamente em em Seul, foi alugar trajes típicos coreanos para tirar foto no Palácio Gyeongbokgung.
Pode parecer uma coisa simples, mas exige uma certa preparação.
A parte boa é que quando se aluga os trajes, você não paga ingresso em algumas atrações turísticas, que é o caso do maior a mais importante palácio da Coreia.
Existem inúmeras lojas de aluguel de hanboks, mas algumas você pode conseguir trajes de guerreiros e nobres. Porém, as mais concorridas e específicas, necessitam de reserva antecipada.
No nosso caso, estávamos lá em Fevereiro, que embora não seja uma época muito procurada pelos turistas estrangeiros por ser inverno, é a época de férias escolares na Coreia, então, todos os lugares que visitamos (mesmo quando fizemos outras atividades que não esta), estavam cheios de famílias e grupos de excursão de coreanos, vindos de outras cidades.
Como somos todos plus size, com exceção da Luana, tivemos que ir numa loja específica. Nós fizemos reserva, porém, deu algum bug no sistema deles e não sobrou nenhum traje pra nós (eles deveriam ter poucos, pois sabemos que a maioria das pessoas na Coreia, é magra). Tivemos a sorte desta mesma loja nos indicar outra, onde fomos bem atendidos.
A Duda e a Luana, as jovens do nosso grupo, optaram por Hanboks tradicionais atemporais. Já eu e o Sérgio acabamos optando, por indicação das moças da loja, por trajes de rei e rainha. Mal sabíamos nós o que isso significaria...
O Sérgio não estava muito afim, mas a Duda insistiu que era uma experiência única e que deveríamos tentar.
Pois bem, agora, vale dizer que há um dado histórico importante à se mencionar aqui. Os reis coreanos cultivavam cabelos e barbas longos. Os cabelos eram mantidos em coques, geralmente escondidos sobre chapéus, que os reis usavam quando não estavam de coroa.
Porém, os coreanos da atualidade, mesmo os mais velhos, raramente usam barba. Para dizer a verdade, não me lembro de ter visto um homem sequer de barba durante os 28 dias que ficamos lá.
Já o Sérgio tem um barbão grisalho de dar inveja a muitos brasileiros, que diferente dos coreanos, atualmente curtem tanto uma barba que houve um boom de barbearias gourmet no país.
Nós tivemos de andar uns 5 quarteirões da loja até o Palácio Gyeongbokgung e mesmo neste trajeto, estranhamos os olhares das pessoas. Pensávamos que era para as meninas, que estavam lindas, mas não, todo mundo olhava era para o Sérgio mesmo.
Inicialmente, eram olhares tímidos, mas em breve, ficaram mais escancarados e começamos à ouvir eles dizendo "oh, oh, king, king"... que seria algo como "uau, o rei, o rei"... Daí pra frente e durante todo o tempo em que estivemos no Palácio isso se repetiu diversas vezes!! Teve gente querendo tirar fotos com ele, velhinhos de uma excursão fotografando e filmando ele... Foram as 4 horas de fama da vida dele e nós nos divertimos muito!!
Eu sugiro que todos façam este ritual pois é uma das atividades mais tradicionais para turistas na Coreia e ao contrário do resto do mundo, que poderia considerar isso como "apropriação cultural", a Coreia celebra e incentiva o amor que os estrangeiros tem pela sua cultura.