K-Dramas que Saem do Lugar Comum
Desde que iniciei minha imersão na cultura coreana, a única coisa que não me cativou muito foram os dramas. Eu cheguei a assistir alguns com a minha filha, em sua grande maioria, dramas colegiais, que normalmente, mesmo que as produções fossem brasileiras ou americanas (como é de costume), não chamariam a minha atenção.
Não que eu não seja romântica, pelo contrário, me considero uma romântica incurável, mas é que eu sempre achei que os dramas daquela época (isso foi em meados de 2013, 2014) mostravam um comportamento que eu acreditava ser o “idealizado” na Coreia e não o que realmente acontecia. Com o passar do tempo e quanto mais eu imergia na cultura coreana mais eu percebia que a minha tese estava correta. Hoje, os dramas adolescentes, pelo que me contam, já estão bem mais realistas e inclusivos, o que é excelente, porém, alguns ainda "patinam" com seus plots previsíveis.
Em 2017 eu cheguei até a assistir a um drama romântico adulto que me cativou muito, chamado Secret Affair (Netflix) com o então estreante (e hoje famosíssimo) Yoo Ah-In. Mas depois disso, até por conta de administrar o site e outras coisas da minha vida pessoal, parei de assistir aos dramas até que 2019 me brindou com produções de altíssimo nível que me fizeram voltar a me apaixonar pela TV coreana e a partir daí, passei a dar mais atenção às novas produções.
O primeiro foi Memórias de Alhambra(Netflix), que apesar do casalzão principal clichê – Park Shin hye e Hyun Bin - trouxe uma nova pegada ao enredo sobre jogos de realidade virtual. Eu assisti com o meu marido e foi algo que realmente nos pegou. Porém esse drama não é muito bem cotado entre os fãs de k-dramas em geral, porque, apesar de ter um romance (que não é o plot principal) ele não tem um final fechadinho para o casal. Eu amei justamente o fato de ficar em aberto, possibilitando assim vários finais em nossas cabeças.
Aí eu esbarrei nos dramas (que eu nem considero dramas na verdade, chamo-as de séries) políticos e definitivamente me apaixonei!!
O primeiro que assisti foi Chief of Staff ou Chefe de Gabinete. Nele você descobre que a podridão na política não é “privilégio” do Brasil. Assisti apenas à primeira temporada mas eu espero que na segunda (para a qual eu ainda não consegui voltar), a série, à exemplo o que acontece na vida real na Coreia, comece à punir seus corruptos (haja visto o caso da ex-presidente Park Geun Hye, que foi presa e condenada por corrupção após sofrer um impeachment, bem diferente do que acontece no Brasil). O protagonista é ninguém menos do que Lee Jung Jae, que ficou famoso no mundo inteiro por Round 6 (que eu também recomendo muito) mas que na época já era um ator muito respeitado na Coreia.
Caso vcs sejam amantes de séries americanas, eu posso dizer que Chief of Staff é uma mistura de House of Cards com Suits. O plot gira em torno do Chefe de Gabinete de um político na Assembléia Legislativa, Jang Tae-joon (Lee Jung-jae) cuja inteligência e esperteza acima da média, antecipa problemas e promove sucessos dentro da engendrada esfera política coreana, até que um acontecimento o faz repensar seus conceitos. Ah, o elenco também conta com a belíssima e competente Shin Min-na.
Na sequência engatei Designated Survivor Korea, que é a versão coreana de uma série americana, estrelada por Kiefer Sutherland (que eu não assisti), que conta a história de um ministro sem carreira política prévia, que se vê alçado ao posto de presidente interino por ser o único sobrevivente de um ataque terrorista à Assembleia Legislativa, que causa a morte do Presidente e todo o primeiro escalão do governo.
Gente, esta série me tirou o sono!! Na época eu assistia a um episódio atrás do outro e quando via, já eram 2 da manhã. Fiquei grudada na história até o fim! Todos os atores que compõem o elenco são excelentes, o nível de interpretação deles é de arrepiar. Só de assistir o trailer para colocar aqui para vcs, já me deu vontade de ver de novo - e olha que eu já vi 2 vezes!!
Depois dos políticos começaram a surgir os policiais que eu também amei.
Tunnel foi um drama policial que mexeu com o meu ponto fraco - viagem no tempo. Eu simplesmente sou o-b-s-e-c-a-d-a com séries e filmes com viagem no tempo.
A sinopse oficial e bem resumida, é a seguinte: Em 1986, o detetive Park Gwang-Ho (Choi Jin-Hyuk) tenta desesperadamente pegar um serial killer. Durante uma perseguição ele atravessa um túnel. Do outro lado do túnel, ele se encontra no ano de 2017. Descobrindo que o serial killer retomou os assassinatos que começaram há 30 anos, ele se junta ao detetive Kim Sun-Jae (Yoon Hyun-Min) e a psicóloga forense Shin Jae-Yi (Lee Yoo-Young) para capturar o assassino.
Mas, podem crer, que o enredo vai muito além disso. Há vários personagens e estórias secundárias (que ao fim estão todas interligadas) que dão muito peso à trama e acompanhar o desespero do Park Gwang-Ho lembrando das pessoas que deixou em 1986 (e querendo desesperadamente voltar) é de cortar o coração.
Dêem uma chance a esta estória de ação que porém contém muita emoção também (e sim, dá pra chorar, aqui e ali).
Signal é anterior à Túnel, mas eu só descobri depois. O enredo principal é o seguinte: Um walkie-talkie misterioso permite que um detetive nos anos 90 se comunique com um investigador em 2015. Através do seu contato mútuo, os dois não apenas resolvem crimes, mas impedem-nos de acontecer, modificando os acontecimentos do futuro. No entanto, um caso de assassinato de longa data, fica mais próximo do que eles pensam, enquanto um esquema de corrupção vem à tona.
Lee Je-hoon é um dos protagonistas, Park Hae-young, o detetive de 2015 que na verdade é especialista em moldar os perfis dos assassinos mediante os detalhes dos crimes. Cho Jin-woong é Lee Jae-han um policial dos anos 90 que começa a se comunicar com Park Hae-young pelo walk talkie. Na verdade, a história dos dois está mais entrelaçada do que eles imaginam… E ainda tem Kim Hye-soo, uma atriz que está sendo considerada uma das melhores da Coreia atualmente, como Cha Soo-hyun, a investigadora chefe do setor de crimes arquivados (grupo formado após a delegacia não botar fé no trabalho de alguns de seus policiais).
Eu acreditava que Signal teria uma segunda temporada pois ficaram vários fios soltos que apesar de não atrapalharem a condução na trama, são suficientes para nos deixar com vontade de quero mais, porém, até hoje, não aconteceu!
O último e também muito incrível é Voice. Mas tomem cuidado, além da versão coreana há também de outro país asiático, acho que tailandesa. Deve ser boa, mas só posso recomendar o que assisti.
Moo Jin Hyuk (Jang Hyuk) é um detetive brilhante que vê seu mundo ruir quando um assassino em série mata sua mulher (Cha Soo Yeon). Kang Kwon Joo (Lee Ha Na) é uma das melhores cadetes da academia de polícia e que começa sua carreira como operadora na central de atendimento do 190. Kwon Joo atende a chamada de emergência da mulher de Jin Hyuk e também acaba ouvindo o assassinato de seu próprio pai, que é sargento da polícia.
Arrasada, Kwon Joo vai para os Estados Unidos para se aprofundar em seus estudos sobre análise de perfil criminal através da voz, retornando à Coreia anos depois para chefiar a central do 190 e implementar a Força Tarefa de Tempo Crítico, que será a primeira a responder às chamadas de emergência. Designados a participar da unidade especial de Tempo Crítico estão Jin Hyuk, seu parceiro Shim Dae Shik (Baek Sung Hyun), o mestre hacker Oh Hyun Ho (o cantor Yesung do Super Junior) e a multilíngue Park Eun Soo (Son Eun Seo).
Eu espero que mesmo estes dramas e séries sendo mais antiguinhos, aqueles que gostem deste gênero possam redescobri-los, como aconteceu comigo! Todos eles estão disponíveis na Netflix.