A Coragem dos Coreanos do Passado [Movimento 1º de Março]
Os coreanos se empenharam em lutas persistentes para recuperar sua independência. Dentre elas, a mais marcante aconteceu em 1º de Março de 1919.
A ocupação japonesa na Coreia começou em 1910 após o colapso do Império Coreano e durou até o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945. O governo japonês sobre a Coreia foi um processo que, na verdade, começou após a assinatura do Tratado de Ganghwa, de 1876, onde uma coalizão de representantes e autoridades militares, econômicas e do governo buscaram integrar a Península Coreana política e economicamente ao Império do Japão.
Em 1905, é assinado então o Tratado de Eulsa, onde o Império Coreano se tornou um "protetorado" do Japão. A anexação da Coreia pelos japoneses foi oficialmente firmada no Tratado Japão-Coreia de 1910, que na verdade nunca foi assinado pelo governante coreano, o imperador Gojong.
Os japoneses impuseram um regime de terror na península coreana. Milhares de pessoas foram jogadas em campos de trabalho forçado ou em fábricas, onde trabalhavam em condições análogas a escravidão. Foi imposto também uma série de leis que visavam suprimir a cultura coreana e iniciar um processo de assimilação forçada.
Durante o período colonial (1910-1945), os japoneses saquearam os recursos de Joseon, proibiram o uso da língua coreana – chegando ao ponto de, em 1939, exigir que os coreanos mudassem seus nomes pessoais para sobrenomes em estilo japonês.
Os coreanos se empenharam em lutas persistentes para recuperar sua independência. Eles fundaram organizações clandestinas para combater os japoneses dentro do país e também estabeleceram bases avançadas para o movimento de independência na China, Rússia e Estados Unidos e lideraram manifestações pacíficas sem precedentes.
Dentre elas, a mais marcante aconteceu em 1º de Março de 1919. O movimento foi iniciado por 33 líderes culturais e religiosos coreanos que, após quase 10 anos de governo japonês, elaboraram uma “Proclamação da Independência” coreana e, em seguida, organizaram uma manifestação em massa em Seul no dia 1º de março, dia da comemoração do falecimento de seu último imperador.
Os coreanos saíram às ruas, marchando e gritando “Man-sê!”, “Dê-Han-Min-Guk Man-sê!” que significa “viva 10.000 anos” “viva a Coreia”. Aproximadamente 2 milhões de coreanos participaram da manifestação pacífica em várias cidades da Coreia, desde estudantes a pessoas comuns. Esses protestos continuaram por 12 meses, envolvendo cerca de 2 milhões de pessoas, e foram violentamente reprimidos pelos japoneses, com muitos milhares de mortos e feridos.
Muitos manifestantes são lembrados hoje como heróis nacionais, mas entre eles, Yoo Gwan-sun é uma das poucas líderes femininas. Ela era estudante e tinha 17 anos quando foi executada por defender seus ideais. Outros líderes destacados no ativismo pela independência da Coreia na época incluíam figuras como Syngman Rhee, que mais tarde se tornou o primeiro presidente da Coreia do Sul após a Guerra da Coreia em 1953.
A Prisão de Seodaemun foi construída durante a ocupação japonesa da Coreia, e desempenhou um papel significativo durante os anos em que a Coreia esteve sob domínio japonês. A prisão foi usada principalmente para deter e punir ativistas e dissidentes que se opunham ao domínio japonês e que buscavam a independência da Coreia, então, pode-se dizer que local "testemunhou" e "registrou" muitos eventos relacionados ao movimento de independência coreano.
Hoje, a Prisão de Seodaemun é um importante local histórico e uma atração turística em Seul. O complexo da prisão foi preservado e convertido em um museu, conhecido como o Museu de História da Prisão de Sondaemun, que exibe exposições relacionadas à luta pela independência e aos direitos humanos na Coreia. O museu serve como um lembrete das lutas do passado e da busca pela liberdade e justiça na história coreana.
[O sentimento que se tem ao visitar este lugar é de extrema tristeza. O tempo que passamos lá foi de muita emoção para nós. Em alguns momentos nós chegamos a chorar. Porém, também nos ensinou o poder da indignação e a resistência de um povo que esperou 40 anos por sua libertação].
Fontes de Pesquisa: Wikipedia, Nanum Coreano, Koreapost, Museu Nacional de História da Prisão de Sondaemun.